Quem pode afirmar que possuir uma inteligência que supere a média dos seres humanos, agregada a uma formação acadêmica de boa qualidade, é o suficiente para ter sucesso na profissão ou carreira?
Muitas vezes a inteligência e a formação poderão conduzir você, se não tiver cuidado, por um caminho oblíquo que beira, inclusive, subestimar colegas de trabalho.
Há especialistas que afirmam que existem inúmeras competências, principalmente comportamentais, que separam a base do topo da carreira, onde, geralmente, se encontra o sucesso. E a falta delas é que pode ser a diferença entre o sucesso esperado (aquele que você julga que vai ter) e o, verdadeiramente, alcançado.
É por isso que estou aqui para oferecer uma reflexão sobre alguns comportamentos que podem ser, para você ou alguém que você conheça (compartilhe com essa pessoa o artigo), um diferencial entre ser um colega de trabalho que todos querem ter ao lado ou, como diria Caetano Veloso, não.
Meus estudos, pesquisas e trabalho com diversas pessoas apontam para os seguintes equívocos ou descuidos:
Tendência à subestimar os outros
Aqui a pessoa costuma se achar “the king of the black coconut” (no popular “o rei da cocada preta”). O erro aqui é se achar tão bom que, até a própria equipe ou as pessoas ao redor, passam a ser vistas como inferiores.
Se você exerce uma posição de liderança ou executiva, esse comportamento pode deixar você com a visão turva sobre seus colaboradores e/ou concorrentes. Você pode ser rotulado como uma má pessoa e, por isso deixar de ter a colaboração de quem está ao seu redor. Vai acabar por ter que trabalhar sozinho (e acha que pode) e, com isso arrisca-se a não atender às demandas interna e/ou externas. Se você comete esse deslize, possivelmente, costuma pensar: “fulano até consegue fazer isso bem, mas não tão bem quanto eu faço”. Pensar e agir assim é um perigo, acredite.
Descuidar do foco
Você já teve a sensação de que precisa abraçar o mundo, custe o que custar? Sentiu? Pois é, isso é um grande perigo, até para você que se considera um profissional maravilhoso.
Existem pessoas que, seguindo o virtuoso caminho do sucesso num determinado negócio, acabam entendendo que, criando outros tantos negócios, vão ter o mesmo desempenho. Conhece o acróstico SQN? Quer dizer: “só que não”!
Muita gente boa no nosso amado Brasil, por pensar exatamente assim, amargou prejuízos financeiros e, principalmente, pessoais (imagem maculada) por não colocaram a energia no foco certo.
Do ponto de vista executivo essas pessoas, capazes e bem intencionadas, decidiram enveredar por caminhos, por eles, “nunca dantes navegados” (termo oriundo das grandes navegações). Essa falta de foco lhes trouxe, como já disso, grandes dificuldades.
E o pior é que, muitas vezes, o profissional abandona a área onde ele já é muito bom para arriscar onde ele, por vezes, não possui o menor cacoete.
Insubordinação
Se você ou outra pessoa que você conhece, por se sentir maior ou melhor que seu gestor, começar a enxergar fragilidade na liderança que ele exerce sobre você e seus colegas, isso pode acarretar uma dificuldade de subordinação.
Avalie se esse comportamento, onde você pode estar se sentindo genial e super competente, não está dificultado a aceitação das decisões e dos feedbacks que são oriundos do seu escalão superior.
Quem recebe rótulo de brilhantismo e de oferecer resultados que são acima da média e das expectativas ao longo da carreira ou profissão, pode, se descuidar-se, começar a questionar a legitimidade de quem o lidera. Faz sentido para você? Já viu isso acontecer?
As relações interpessoais não têm a importância devida
Pesquisa e estudos demonstram que um grande equívoco é entender que possuir o atributo da inteligência, superior à média, e formação acadêmica de qualidade maior, são elementos determinantes de sucesso na profissão e/ou carreira.
Não se pode esquecer que as relações interpessoais possuem enorme valor no ambiente profissional e também no pessoal, inclusive interferindo no sucesso que você pode ou não alcançar, dependendo de como usa essa habilidade.
Você, é possível, já deve ter escutado alguma coisa sobre conhecimento, habilidade e atitude – CHA. Saiba que esses três elementos podem determinar o desenvolvimento da sua carreira.
O ideal seria que houvesse um equilíbrio e uma harmonia entre esses elementos essenciais de crescimento profissional.
Mesmo que você possua grande expertise técnica, se não dominar habilidades de relacionamento interpessoal, agregando ainda clara comunicação, pode ser que você tenha dificuldades em percorrer o caminho do sucesso profissional e, até, pessoal. Você pode gostar muito daquilo que faz, e faz bem, e até faz sozinho, porém precisa saber se relacionar com as pessoas que, inevitavelmente, estarão ao seu redor, queira você ou não.
Aceitação dos seus pontos de melhoria
Há quem os denomine “pontos fracos”. Eu os chamo de “pontos de melhoria” porque confio que sempre há aquilo que podemos ser melhores.
Você já ouviu dizer: “até quando eu erro, eu acerto”. Pessoas “brilhante” muitas vezes usam a tal expressão.
Quem é o “dono da razão”, fique certo, nunca erra!
Essa pessoa está certa de que isso é verdade absoluta, que são tantas evidências, tantos rótulos de brilhantismo, tanta razão confirmada que, quase sempre, acaba perdendo a própria consciência de que errar é uma humana possibilidade.
É nesse ponto que você ou alguém que você conhece, precisa aprender a lidar com o erro. Profissionais que possuam essa excelente e importante habilidade se destacam no meio da multidão e são classificados como competentes naquilo que fazem.
O detalhe é que se fosse fácil, todo mundo tinha. Desenvolver esse comportamento propulsor exige do treinando vontade, disciplina e atitude. Pessoas comuns precisarão por tempo e esforço para, querendo, desenvolver essa habilidade. Os que se sentem superiores, com certeza, sentirão preguiça para aumentar sua capacidade de lidar com o erro, uma vez que não conseguem perceber que errar é uma de suas possibilidades.
Bom, aqui encerro, por agora, minhas considerações que, espero eu, sirvam para reflexão.
Pode ser que você se veja nas situações ou pode ser que não. Pode ser que conheça alguém que passa por isso ou já tenha assistido às cenas descritas.
Eu não tenho a pretensão de afirmar que são essas as únicas possibilidades de melhoria. Pode ser que você, entendendo que vale à pena, se avalie com relação aos quesitos e, se quiser, pode perguntar-se: “o que é que eu posso fazer para criar os hábitos, ou abandoná-los ou desenvolvê-los?”
Tomara que eu tenha colaborado para você ser amanhã melhor que que é hoje.
Aceite meu abraço e desejo-lhe saúde, paz e amor para alcançar todos os seus objetivos.
Claudio de Almeida Neto – Treinador/Coach desenvolvedor de talentos propulsores de carreira