Qualificação Total – tá bom… e daí? – por Claudio de Almeida Neto

qualificacaoprofissional

Tem muita gente preocupada com a relação custo-benefício entre o investimento que faz na sua formação acadêmica e o desdobramento na sua profissão e, como consequência, na sua carreira. Podemos chamar isso de ROI (“return on investment” – retorno sobre o investimento).

Tenho visto muitos estudos e pesquisas sobre o assunto, envolvendo profissão e carreira. Um, com origem na Fundação Getúlio Vargas, oferece dados que indicam que existe um crescimento de cerca de 15% no salário, relacionado à instituição de onde veio o profissional.

Li ainda que em 2015 cerca de 400 executivos foram entrevistados e declararam que por possuírem cursos de mestrado e doutorado seus salário tiveram um aumento entre 20 e 30%.

Agora, a reflexão que proponho tem origem no tempo do ROI. Quem faz um curso no exterior, por exemplo, morando por um período em outro pais, sem dúvida vai ter um diferencial. Só que esse resultado não é muito rápido. Empresas, geralmente, não oferecem melhoria salarial quando um colaborador termina uma pós-graduação ou um MBA. Isso até pode acontecer, porém é preciso um tempo de maturação. É necessário que este profissional amadureça para que o reconhecimento surja. Aí, apresentando o valor que pode agregar, possivelmente, poderá ser promovido ou receber crescimento salarial.

Mais preocupação vem dos investimento em cursos internacionais. Isso requer uma aplicação, geralmente, bastante substancial. É claro que isso tem um peso positivo na profissão/carreira. Dominar novos idiomas, experimentar novas culturas e outros valores, certamente, aumenta a bagagem profissional e gera um novo olhar sobre essa pessoa.

E mais uma vez o tempo do ROI gera reflexão para quem vai investir nisso. Os desavisados acreditam que, tão logo desembarquem de volta, serão recebidos por diversos headhunters com propostas irrecusáveis de emprego, com salários bem polpudos, realizadores de todos os sonhos. Porém essa é uma visão que, muitas vezes, não se materializa. Viver e estudar no exterior agrega valor, mas pode não ter um resultado tão imediato quanto se quer.

Mais uma vez fica a expectativa de um ROI de curto prazo que, pode ser, não se efetive. Aplicar numa formação internacional pode não oferecer beleza curricular, porém trará conhecimento gerador de resultado futuro. É preciso ter paciência e perseverar.

Mais uma crença que preciso trazer para discussão, trata da relação entre o sólido conhecimento e os fatores de crescimento profissional ou de carreira. Quero alertar, se você não atentou para o detalhe, que a carreira se desenvolve por competências técnicas e comportamentais. Estes dois grandes eixos possuem habilidades que constroem a imagem do profissional. As empresas, atualmente, estão muito ligadas nesses aspectos, colocando valor, principalmente, nos comportamentos de seus profissionais. É bem possível que você já tenha escutado a expressão: “contratado pela técnica e demitido pelo comportamento”.

Possuir muita capacidade e experiência profissional também pode gerar dor para quem as possui. Excesso que qualificação, sinto dizer, também pode ser um problema para quem tem. Essas pessoas, experts, não vão se sujeitar a receber salários menores se ficarem desempregados. Também não querem redução salarial para manutenção de seu posto de trabalho. A inscrição do cargo no seu cartão de visitas, o telefone funcional, a sala privativa inerente ao cargo paralisam qualquer tipo de decisão flexível de manutenção do emprego e do salário no final do mês. Ainda ficam alardeando que, por serem tão qualificados, possuem espaço suficiente no mercado. Esse é um enorme erro de estratégia, principalmente quando querem culpar sua empresa por tudo isso.

Do outro lado estão a organizações que, deparando que esses super-profissionais, se assustam com sua expertise e, por acreditarem no valor que vão cobrar pelos seus serviço, não os contratam. Você já ouviu alguém dizer que “não fui contratado porque sou muito qualificado”. Na verdade esse é o medo do futuro. As empresas já estão pensando, antes de qualquer coisa, que, no futuro, quando o mercado melhorar, elas vão perder esse “qualificadão”. Perdem a oportunidade de ter um grande talento, mesmo que por um tempo, ajudando-a à melhorar seu caminho de crescimento, acreditando que a mediocridade profissional é a melhor saída para manter seu time. Elas até possuem discurso sobre criatividade e inovação, porém não possuem coragem para fazer acontecer. Seu jargão, geralmente é “time que está ganhando não se mexe”. Isso e uma das maiores crenças limitadoras que já ouvi. Essa decisão, geralmente tomada por falta de conhecimento e coragem, vai gerar uma fatura de alto valor que será paga, inevitavelmente, lá na frente. O mundo dos negócios está mudando de forma muito ágil e não tem espaço para os não criativos e muito menos para os não inovadores.

Carreira ainda é um assunto novo para nós, iniciantes na sua gestão. Temos os profissionais que possuem crenças sobre desenvolvimento, reconhecimento e crescimento da sua profissão/carreira. Existem aqueles que, alçados a uma posição de liderança, não estão preparados para os desafios que a missão exige. E sobre isso eu tenho uma visão diferente. Vou escrever sobre liderança sustentável dentro em breve. Eu sei se uma pessoa que não se lidera não consegue liderar outras. Então, como é que eu resolvo isso? Vou dizer noutro artigo, é só esperar e me acompanhar. Então, para esse profissional, liderança é uma competência que vai além de sua capacidade, mas pode ser desenvolvida.

A solução para tudo isso, estou certo, passa pelo investimento, das empresas e das pessoas/profissionais, em educação. As questões que aqui coloquei para reflexão, precisam ser discutidas para, quem sabe, façamos juízo de valor para a melhor solução possível.

É isso!

Aceite meu abraço e desejo-lhe saúde, paz e amor.

 

Claudio de Almeida Neto – Treinador de talentos propulsores de carreira

www.linkedin.com/in/coachdecarreiraclaudioneto

https://www.facebook.com/CoachParaMudar/

Compatilhe este conteúdoShare on FacebookShare on Google+Tweet about this on TwitterShare on LinkedInEmail this to someone

Quero inspirar pessoas. Quero que um dia alguém olhe para mim e diga: "por sua causa, eu não desisti." Meu nome é Claudio de Almeida Neto, eu sou Coach.

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *