E chegamos à quarta e última desculpa do não fazer. Ela, tenha certeza, não é menos importante do que as outras. Fui eu quem decidiu deixá-la por último.
E começa, mais ou menos, assim: “O meu caso é bem diferente; eu não tenho é sorte.”
Não faz muito tempo, assisti uma reportagem de um policial rodoviário federal falando dos acidente nas estradas do Brasil. Ele falou sobre os 1.429 acidentes ocorridos no Carnaval de 2016 que resultaram em 97 mortes. O ponto que me chamou atenção foi que o servidor informou que a causa dos acidentes eram por falha mecânica ou por falha humana, ou as duas combinadas. O que o policial disse vem ratificar aquilo que os sábios do mundo moderno afirmam e repetem diuturnamente: “para tudo existe uma causa”. Nada acontece sem uma causa.
O dia de sol ou de chuva não é um acidente de percurso. Ele é produto de condições climáticas. Assim, não há razão para acreditar que com os seres humanos isso funciona de forma diferente. Concorda? Como ainda não sei qual será sua resposta, vou continuar.
Você já reparou que, quase todo dia, você escuta dizer que foi a má sorte de alguém que causou algum tipo de problema? E você também escuta muito que fulano conseguiu ser, fazer ou ter isso ou aquilo porque é um “sortudo”? E será que você, verdadeiramente, acredita nisso?
Agora vamos ilustrar a situação. Cabe ressaltar que “esta é uma obra de ficção e qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência”. (risos)
Corta para cena: uma empresa, numa lista tríplice, aponta um de seus executivos para ser promovido ao cargo de diretor. Na “rádio corredor” surgem as especulações sobre o motivo da escolha de Fulano de Tal para ser alçado ao nível superior. No rol de motivos estavam a sorte, influência, bajulação, a maneira pela qual a esposa adulava o chefão e muito mais, exceto a verdade.
A verdade era que Fulano de Tal é o mais qualificado, trabalhava melhor e possuía uma personalidade mais adequada ao cargo.
As pessoas sabiam que um colegiado, com chefes mais antigos, investira bastante tempo na identificação do melhor do três indicados. As pessoas sabem, porém não querem assumir, que altos executivos não escolhem seus colaboradores em sorteios. Então, não foi a sorte que determinou a promoção e sim as atitudes do escolhido. Percebe?
Corta para cena seguinte. Não faz muito tempo, conversava com um amigo que é gerente de vendas de uma empresa sobre o “desculpaço da sorte”. Ele achou graça do termo que usei, porem se interessou no assunto. Aproveitou para contar uma passagem onde ele se viu com um “pepino para descascar”. Ele disse que no mês anterior chegou até ele um vendedor com um pedido de 109 mil reais. Nesse momento, em sua sala, estava um outro vendedor que tem um desempenho aquém do primeiro. O segundo, ao ouvir o primeiro dar as boas notícias, soltou a seguinte pérola: “Que bom Fulano, fica muito mais fácil quando a sorte sorri para você”. O que esse mau vendedor (o segundo) não quer aceitar é que a sorte não tem nada com isso. Fulano de Tal conseguiu fazer uma grande venda porque vinha “trabalhando” o cliente há meses. Estava conversando com pessoas da empresa compradora, passou diversas noites buscando solução para “atacar” melhor o comprador. Procurou e pediu aos engenheiros da empresa para melhorar o produto, de acordo com algumas sugestões do cliente. Você chamaria isso de sorte? Esse trabalho planejado e pacientemente executado é sorte?
Você consegue imaginar empresas que passaram por diversos programa de melhoria se reorganizando na base da sorte?
Corta pra próxima cena: imagine uma empresa automobilística colocando o nome dos funcionários numa caixa e, num sorteio, escolhendo o presidente, depois o vice-presidente, os diretores e assim por diante. Isso seria tirar a sorte grande; ser sorteado para o cargo X, Y ou Z. Você consegui imaginar como ia terminar essa história. Você sabe e eu também. Concorda que isso seria um absurdo?
É claro que em empresas sérias e estruturadas as pessoas chegam ao topo, em qualquer cargo, e ali ficam devido às suas atitudes, conhecimento, uso de bom senso aplicado a um trabalho sério. Isso não acontece tirando papeizinhos de dentro de um chapéu.
Agora vou oferecer duas sugestões para você evitar o “desculpaço da sorte”. Lá vai:
Primeiro aceite a lei da causa e efeito. Fique dando uma boa olhada naquilo que parece a “boa sorte” da pessoa. Você, com certeza, se fizer uma análise séria, vai verificar que não é sorte e sim pensamento, preparo, planejamento e, principalmente, ação. Aproveito para citar o jogador de golfe americano Arnold Palmer, apelidado “The King” (O Rei) porque venceu diversos campeonatos. Palmer dizia o seguinte: “Quanto mais eu treino, mais sorte eu tenho”.Faz sentido pra você? Agora, olhando no sentido oposto, e identifique os comportamento dos coitados dos “sem sorte”. É clara a diferença na ações. Preste atenção e vai ver as razoes. Vou aproveitar e reviver as personagens da minha postagem “Minha mente minha empresa – quem ajuda e quem atrapalha a sua evolução”, de 07 de julho de 2016. Se Dona Vitória sofresse um revés, ia aprender e aproveitar a oportunidade para crescer. Já o Sr. Fracasso ia perder e nada, absolutamente nada tiraria de ensinamento.
Segundo, seja um pensador ativo. Não vá ficar gastando energia mental para sonhar com soluções fáceis para as dificuldades que surgirem. Não fique pensando que é fácil ser bem-sucedido. Você não será vitorioso apenas por uma questão de sorte. Não basta estar no lugar certo na hora certa. Você tem que ser a pessoa certa também. O sucesso é o resultado de pôr em pratica e de se dominar os princípios que o produzem. Não acredite na sorte se você quer ser promovido, ter boas relações familiares e de amizade ou alcançar uma meta de leve você à sua felicidade. Você vai ter é que se concentrar no seu objetivo. Precisa ter clareza de onde quer ir. Lewis Carrol, autor do conto infantil “Alice no País da Maravilhas”, coloca uma frase na boca do gato que encontra Alice numa encruzilhada. Ele diz: “Para quem não sabe onde vai, qualquer caminho serve.” Hoje essa fresa está “bombando” nos posts das redes sociais.
Quando você sabe onde quer chegar, fica mais fácil identificar o caminho, saber quais ferramentas precisa possuir para seguir por ele, quais qualidade pessoais você tem que ter para usar as ferramentas corretas para cumprir a missão, etc. Você tem que construir a sua autoconfiança para poder destruir o seu medo.
Você se lembra quando começou a andar de bicicleta ou a dirigir? Use o trinômio conhecimento, prática e repetição para ter a certeza de que não é a sorte e sim a ação que vai levar você ao próximo nível pessoal ou profissional.
Bom, aqui encerramos aquilo que entendemos ser importante para você exercitar e desenvolver o seu mindset (modelo mental). Mindset é a sua programação mental e sua forma de pensar e decodificar tudo. Nele você pode incluir suas crenças, seus valores, seus princípios e tudo mais que enxerga com as lentes da sua experiência do dia a dia.
Aqui eu alertei você sobre as principais desculpas que você e outras pessoas costumam dar quando não conseguem, por algum motivo, chegar onde querem.
Pode ser que tudo que escrevi não faça qualquer sentido para você, porém pode ser que faça. Pode ser ainda que você nunca tenha passado por isso, porém pode ser que conheça alguém que já passou e você queria ajudar e não sabia como.
De qualquer forma, fico muito agradecido por sua atenção. Vou continuar estudando, pesquisando, lendo e escrevendo sobre as coisas do cotidiano que podem, de alguma forma interferir de forma positiva na sua vida pessoal e, principalmente, profissional, coisas que eu já usei ou que já ofereci aos meus Coachees e deram certo.
Acredite, eu usei, uso e deu certo. Como eu sou igualzinho à você, não possuo nenhum super poder, e suponho que você também não, pode ser que, modelando as dicas e sugestões, consiga os mesmos resultados positivos (até melhores) que eu e as pessoa que comigo compartilham o Coaching.
Agora, você só tem uma saída: vai lá e experimenta!
Forte abraço, saúde e paz.
Coach Claudio de Almeida Neto